terça-feira, 29 de setembro de 2009

Do que é feito um cronista?

Sempre tive problemas com crônicas, talvez porque as considere livres demais para um jornalista. Acredito que elas sejam mais pertinentes a escritores, romancistas, e não digo isso de forma negativa, tenho profunda admiração por esses que transformam palavras em sonhos, em crenças, em histórias que tem o poder de encantar seus leitores.

Mas de repente, me vejo na situação que sempre evitei, sentar-me para escrever uma crônica. A partir daí surgem ás dúvidas. Qual assunto abordar? Qual estilo imprimir no meu texto? Tudo isso ao meu ver me parece complicado demais, e tento me lembrar das palavras da Mestre em sala de aula dizendo, que todo jornalista é jornalista por que é um cronista. Então me vi despida dos preconceitos que aplicava a este tipo de texto, lembrando-me do meu inicio – quando buscava escrever sobre diversos assuntos, mesmo sem técnica, mesmo sem estilo ou conhecimento profundo de qual a maneira certa para escrever uma reportagem, uma matéria ou uma nota que fosse.

Refletindo sobre isso, percebo como evitamos coisas, pessoas, situações por puro pré-conceito. Qual o tamanho da nossa ignorância frente o desconhecido – talvez por puro medo de errar, de não conseguir transpor o novo desafio que se coloca diante de nós. E quantas oportunidades são perdidas por isso.

Arrisco-me então nestas linhas, buscando os primórdios dos meus textos juvenis, com as características rústicas da minha falta de conhecimento, mas muito mais livres do que hoje. Sinto-me engessada por uma lista de regras e conceitos que aprendi nos anos de estudos, do que é certo ou errado. De como ousar é difícil e perigoso, há quantos mais essas regras engessam talentos, reduzem raciocínios e diminuem a produção de grandes obras – sejam elas quais forem?

Buscando a simples resposta, do que é feito um cronista? Cheguei a uma conclusão, que pode não ser há mais exata, porém é a que me libertou a escrever estas linhas. Um cronista é feito de paixão, a paixão eleva o pensamento, aprimora teus sentidos e transforma tudo ao seu redor. Um cronista para ser cronista deve ser, estar ou ficar apaixonado pelo objeto de trabalho, o assunto do seu texto. Afinal é o que verdadeiramente o transformará em uma boa crônica.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Angela Merkel continua

Tenho que confessar, mesmo sendo uma pessoa muito interessada em política - principalmente em política externa, nunca me atentei muito para os rituais eleitorais de outros países. Me bastava saber quem era o candidato eleito, e pronto.
Hoje eu tenho outra posição em relação á isso. E grande parte é causa do meu trabalho como assessora de imprensa do club Transatlântico. Ontem, 27 de Setembro/09, foi reeleita a chanceler Angela Merkel. Assisti com profundo interesse a transmissão dos resultados das eleições do parlamento alemão - Headset e ouvidos bem abertos pra ouvir a tradução simultânea, e ainda acompanhar as discussões de membros dos partidos alemães aqui no Brasil.
Na alemanha o voto é facultativo - acredito que este seja um requisito indispensável para se promover a verdadeira democracia, e seus eleitores podem votar mesmo se estiverem fora do país - O envío dos votos por correio por exemplo começou há um mês.

Muita gente no club, interessados nas mudanças que viriam, e no telão a TV Alemã comentando principalmente quais as expectativas da população caso a atual chanceler vencesse as eleições. Quando derrepente o anúncio e a imagem de Angela Merkel recebendo flores e sendo ovacionada pelos membros de seu partido. Os membros das fundações presentes no club falavam sobre a política de redução dos juros e como A chanceler reeleita deveria agir para retomar o crescimento da economia no momento pós-crise.

Segundo os comentários feitos, o maior trunfo de Angela nesse novo mandato - que cumpre o período de quatro anos, é a conquista do CDU/CSU (partidos gêmeos), do maior número de cadeiras do parlamento, um total de 33,9%. Com o resultado obtido a chanceler diz que terá muito mais espaço para implementar ações políticas de maior relevança para as necessidades do país. O antigo parceiro da candidata reeleita, o SPD, perdeu cerca de 11 pontos em relação as eleições de 2005.

O representante do SPD, disse após as prévias demonstrarem a queda da participação do partido, que eles teriam que assumir a derrota e incorporar o papel de oposição.
Eu, particularmente já acreditava na vitória de Merkel frente ao seu concorrente Frank Walter Steinmeier. Não sei claro, como ele era visto pelos alemães, mas na ótica de uma estrangeira, não me parecia provável sua vitória. Agora resta acompanhar estes próximos quatro anos de comando pelas mãos de Angela, e aguardar as medidas que vão trazer mudanças na política alemã.