sexta-feira, 31 de julho de 2009

Trinta anos sem um revolucinário da 7º arte

Em 22 de agosto de 1981 o Brasil ficava mais pobre, perdia um símbolo cultural e um marco na arte brasileira.

Morria Glauber Rocha, um dos mais geniais cineastas, ator e escritor que o mundo já conheceu.

Glauber revolucionou o cinema com seus filmes, promoveu uma radical revisão nos conceitos culturais do Brasil e influenciou outras cinematografias.

Viveu num tempo em que os sonhos eram sonhos de grandeza e esperança.
Acreditou que o caminho da felicidade é o viver revolucionário e viveu seu sonho de forma luminosa e trágica.


Deixou em seu legado clássicos do cinema brasileiro como Deus e o Diabo na Terra do Sol de 1961 e Terra em Transe de 1967, mas muito além de filmes ele deixou a luta, a crença em um Brasil melhor e principalmente um exemplo de paixão pelo que fazia.

Segundo o antropólogo Darcy Ribeiro, Glauber passou uma manhã abraçado com ele chorando, e ele custou a entender que Glauber chorava a dor que nós deveríamos chorar, a dor de todos os brasileiros, chorava as crianças com fome, o país que não dava certo, a brutalidade, a estupidez, a medíocridade, a tortura.

Ele não suportava nada disso. Fica de Glauber a herança de sua indignação, indignado com o mundo como é, o mundo que deveria ser.

Liderou o Cinema Novo, corrente artística nacional que fazia uma crítica social e inovava em sua forma de realizar os filmes.
Ia contra o cinema Hollywoodiano, e se enquadrava na realidade vivida pelos brasileiros.

Ao perder o Festival de Veneza para o cineasta Louis Malle, criticou a forma com que foi julgado o melhor filme, dizendo que só ganhou porque foi patrocinado pela Columbia, uma multinacional imperialista.

Além de que o filme vencedor era comercial, o que para ele era um desrespeito a tradição do cinema. “Eu não tenho o menor interesse de ganhar dinheiro com o cinema, o menor interesse de fazer a indústria do cinema e acho que a indústria do cinema nos tempos tradicionais é o assassinato do cinema.”

Era no seu trabalho que Glauber se encontrava, podendo expor suas idéias e colocando suas loucuras em prática.

Como foi dito pelo cineasta Paulo Gil Soares: “as provocações que ele faz nos cinemas brasileiros são permanentes, toda vez que o cinema brasileiro estava aquietado, Glauber falava uma grande maluquice. Inicialmente você se assustava, mas depois quando ia administrar você via que era uma coisa orgânica, que era a maneira dele fazer aquelas coisas.”

Já para o cineasta Zelito Vianna, “Glauber era um grande diretor de atores. Ele os levava ao extremo e tirava a melhor performance deles, dirigia tudo, movimentos, expressões e falas. Criava tudo em sua mente. Filmava, escrevia e montava os filmes antes mesmo deles terem forma. A paixão pelo que fazia dava a ele muita criatividade e identidade e um ponto de genialidade que só ele poderia ter.”

Glauber Rocha deixou saudades por seus delírios, sua insanidade, intuições e paixão extrema pelo trabalho.

Deixou o mundo triste pela falta de seu sorriso irônico e pessoal, seu brilho e inteligência.
Vivia tanto no sonho quanto na realidade, mas com intuições surpreendentes.

Para Arnaldo Jabour, Glauber morreu porque não suportaria ficar nesse mundo de hoje. Esse mundo sem trancedência, esse mundo globalizado, esse mundo sem utopia. Glauber não agüentaria, porque Glauber era uma utopia em estado de vida.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Como fazer jornalismo segmentado?

Com tantos protestos, a favor e contra, a decisão do Supremo á respeito do diploma, em muitas discussões que participei com colegas, formados ou não, percebi que compartilhamos a opinião de que o futuro do jornalista, é partir para o segmentado.

Existem muitas vantagens nisso, a primeira, é a oportunidade de trabalhar exatamente com o assunto que te interessa. Por exemplo, eu gosto de política e economia, e agora escrevo e assessoro justamente a área de economia de mercado.

Outra vantagem, é a especialização, porque temos que concordar, com a não exigência do diploma, nós profissionais, somos muito mais cobrados por parte de nossos conhecimentos e competência. A partir daí, vemos um leque de oportunidades surgindo, mas acredito, apenas para áqueles que não tem preguilça, e que não acreditam que a graduação é o suficiente para crescer em uma profissão tão disputada como a nossa.

Por este ponto de vista, é claro, que a sociedade ganha, com muito mais qualidade de informação e competência no trabalho feito.
E o jornalista, muito mais prestigío e respeito.

domingo, 5 de julho de 2009

"O contador de histórias"

Dia 02 de julho de 2009, 21:00h, São Paulo. Apagam-se as luzes e começa a pré-estréia de "O Contador de Histórias".
No Brasil dos anos 70, a pedagoga Margherit esta na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, para realizar pesquisas, oque ela não sabia é que um de seus objetos de pesquisa se tornaria parte viva de sua vida.

Em uma visita a FEBEM a procura da história dos meninos que ali viviam, Margherit conhece Roberto Carlos.

Treze anos, pobre e negro, foi deixado na instituição aos seis anos pela mãe, que tinha a esperança de que ali ele teria chance de construir um futuro diferente da realidade de sua família.

Apesar da meiguice Roberto teve que aprender a ser duro para enfrentar a vida. O encontro se deu pela sede da pedagoga por histórias inusitadas, e pelo talento de Roberto em contá-las.

Quais os ingredientes de um bom filme?

Mais do que um bom roteiro, um bom filme é feito da habilidade e do olhar do diretor em transformar aquela história em encantamento. Conseguir que o público interaja com o filme. Tudo isso foi conseguido de forma magistral nesta produção.

Com fotografia e caracterizações impecáveis, a história de Roberto, provoca risadas inesperadas e lágrimas emocionadas.

Baseado na vida de Roberto Carlos Ramos, considerado um dos 10 maiores contadores de histórias do mundo. Com direção de Luiz Villaça e produção de Francisco Ramalho Jr. e Denise Fraga, este filme vêm mostrar a maturidade crescente e qualidade das produções nacionais.

Estréia Nacional
Dia: 07 de Agosto de 2009
Direção Luiz Villaça
Produção: Francisco Ramalho Jr. e Denise Fraga
Duração: 110 minutosAno Produção 2009Produtora RAMALHO FILMES e NIA FILMES

ELENCO
Maria de Medeiros (Margherit Duvas)
Malu Galli (Psicóloga)
Jú Colombo (Mãe de Roberto Carlos)
Marco Antonio (Roberto Carlos - 6 anos)
Paulo Henrique (Roberto Carlos - 13 anos)
Clayton dos Santos da Silva (Roberto Carlos - 20 anos)
Cabelinho de Fogo (Victor Augusto)
Ator Convidado
Chico Diaz (Camelô)