quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O Encontro com Caco Barcelos

Era noite do 30º prêmio Vladimir Herzog de jornalismo, entre tantas pessoas importantes na luta dos direitos humanos, jornalistas conscientes do seu papel social para com a população, havia uma figura que sem sombra de dúvidas encantava os estudantes ali presentes.

À noite para ele foi especial com certeza, Caco Barcelos foi um dos cinco jornalistas escolhidos para receber o prêmio especial de direitos humanos oferecido pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Ao final do prêmio a maioria dos meus colegas já haviam conseguido suas entrevistas e discutiam eufóricos aquela experiência, quando me vi de frente com ele, um dos grandes jornalistas brasileiros.

Em meio ao nervosismo daquele encontro, encarei-o e fiz a pergunta que mais dominava meus pensamentos naqueles dias.
Como estudante de jornalismo, preocupo-me com a discussão sobre a obrigatoriedade do diploma universitário, então resolvi saber a opinião do Caco.

Gentilmente, Caco mostrou sua visão sobre o assunto. E como acontece em muitos casos comentou sobre colegas que não são formados, mas segundo ele, praticam um jornalismo brilhante, e demonstrou também sua preocupação que a ausência do diploma possa favorecer o mau empresário de jornalismo, diminuindo assim a qualidade da informação.

Após saciar minha curiosidade sobre um tema constantemente discutido entre jornalistas e estudantes nos últimos tempos, ingressei no assunto da noite, e ao perguntar sobre os avanços da luta pelos direitos humanos no Brasil Caco constatou o seguinte: "Têm muito pra trabalhar. Eu acho que as histórias de hoje são mais graves, muito mais graves, do que as histórias do passado, por exemplo", continuando Caco relembra o discurso feito ao receber o prêmio especial da ONU, "Em número, por exemplo, a coisa da execução extrajudicial, só em 1 ano, o BOPE lá e o pessoal da PM, matou 1.350 (mil trezentos e cinquenta), na ditadura inteira no Brasil, durante 24 anos matou 400 (quatrocentos). Isso significa 3 meses de ação da PM do Rio", e acrescenta, "Só pra ter idéia da dimensão do desafio que agente têm pela frente, pelo menos aqueles que estão preocupados com o valor da vida e dos direitos humanos".

Ao fim da entrevista Caco ainda fala sobre o que o mercado espera dos jovens estudantes de Jornalismo, "Eu espero que vocês cheguem no mercado, e sejam aliados , nesse papel, que é cumprir com um papel social, que venham rápido pro mercado que agente precisa de apoio, pra contar as histórias ai do país mais distante".

Além das declarações deste grande jornalista ainda pude contar com algumas surpresas, como o elogio do Senador Eduardo Suplicy aos alunos da Unicsul, incentivando nosso trabalho de aprender em campo. E da jornalista Adriana Araújo da Rede Record, desejando boa sorte para mim, que como ela teve como primeiro entrevistado Caco Barcelos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Que jornalista promissora...
Muito STÁILE o modo de postar uma entrevista!
Adoro neo-logismos! Não me julgue, ok???
Você vai ser a assessora de imprensa das minhas bandas, ta?
Prometo te pagar um salário acima do mercado!! :)
Beijos!

Anton Roos disse...

Excelente. Achei no jornalistas blogueiros no orkut. Parabéns pelo trabalho coleguinhas. Sucesso pra vocês. Virei leitor assíduo e vou linkar o bloguito de vocês no Impressões. Beijos.

Danilo Corrêa disse...

Um Jornalista que todos devem seguir,suas idéis e seus princípios de ética